uma delicia

É uma delicia vê-la a correr atrás do irmão, olhar para ele e dizer "olá man!"

música

Hoje foi dia de aula de música com os pais na escola do Francisco. Cantámos, dançámos e batemos palmas. Gostei muito! Os meus filhos passam grande parte do dia sem mim, no seu ambiente escolar... às vezes gostava que fosse possível observá-los ou partilhar com eles esses momentos...

coração novo

(supondo que eu tinha morrido, porque o dragão de lego que o filho construiu me tinha queimado com o fogo que atirou da boca)

- Quando eu for grande vou por um coração.

- Onde?

- No teu corpo, para viveres outra vez!

pequenas grandes coisas

cada vez estou mais convencida que as crianças precisam quase exclusivamente de duas coisas: amor (muito de preferência) e regras (claras de preferência).

obrigado

Francisco e Mafalda, não há nada melhor no mundo que ser vossa mãe! E de ter o privilegio de vos ver crescer de perto, de vos abraçar e vos beijar... duas crianças tão especiais...

vivendo e aprendendo

O Francisco ontem fez uma daquelas birras que não têm sentido nenhum. Chorou para não ir para casa, chorou o caminho todo até casa e chorou no elevador. Chamou-me má, porque não lhe fiz a vontade e continuou a chorar. Eu normalmente deixo-o chorar, quando acho que o motivo é válido, mas não suporto tão bem as birras. Podia ter-me chateado com ele, podia ter ralhado e podia ter pedido para que parasse com aquele disparate. Mas em vez disso dei-lhe uma festa na cara e um beijinho. E... para meu espanto, ele parou de chorar... e eu aprendi mais uma lição.

Carne

Ao jantar:
- Mãe, o que é a carne?
- É o que tu estás a comer.
- Mas o que é a carne quando está viva?
- É uma vaca.
- É animais?
- Sim.
- E dinossauros?
- Não.
- Não? Então o que é que os dinossauros têm por dentro?
- Pois... têm carne, mas já não existem.
- Hã.
- E a massa é o quê quando está viva?
- A massa nunca está viva.
- (risos) estava a brincar mãe...

lá vou eu também

Estava fula com o Francisco. Já tinha gritado duas vezes o seu nome (apesar de depois de gritar a primeira jurar a mim mesma que não o voltaria a fazer), já lhe tinha dado uma palmada no rabo (e para eu chegar aí é preciso mesmo muito) e mesmo assim ele continuava a gozar comigo. Tudo é uma brincadeira. Concluí que tinha que mudar de estratégia. Já o tinha chamado várias vezes para ir calçar os sapatos e ele nada, continuava as pulos no quarto. Bateu com duas raquetes na porta e eu tive uma ideia: fui buscar um saco e sem lhe dizer nada tirei-lhe as raquetes da mão e meti no saco. Ele perguntou: "é para o lixo? ou para dar a outros meninos?", mas eu não respondi. Depois atirou com dois livros pequenos para o chão e eu fiz o mesmo, peguei neles e meti-os no saco que estava agora no corredor. Chamei-o de novo para vir calçar os sapatos e ele nada. Peguei nele pela mão levando-o para fora do quarto e ele concluiu: " Pronto, lá vou eu também para o lixo.!" Tive que fazer um grande esforço para não rir.

sentido de responsabilidade

Ontem, ao sair da escola do Francisco, estava um casal ao pé de um carro com menino um pouco mais velho que ele sentado no tejadilho. O Francisco perguntou: "porque é que aquele menino esta em cima do carro?" e eu respondi quase como reflexo, sem pensar "porque é tonto". O Francisco emendou-me " não, não, o pai e a mãe é que são tontos!". "Tens razão meu amor!"

Manhãs melhores

Hoje de manhã consegui que os meus filhos tomassem o pequeno almoço à mesa. Quando já os tinha sentados no carro, lembrei-me que faltavam as fraldas da Mafalda que tinha que levar para o infantário. Subi de novo com eles. Pelo caminho das escolas apanhei o carro do lixo e uma rua com trânsito alternado porque estavam a cortar árvores e... mesmo assim... deixei os dois no infantário a tempo. Sem stresses! É verdade que no da Mafalda foi mesmo á justa, mas ainda assim, a tempo. Não ficou nenhum xarope por dar, levaram creme cara, o Francisco lavou os dentes... tudo certinho!

Estou tão contente!

Expressões

O Francisco sempre teve umas expressões engraçadas e às vezes até usava palavras "caras" para a idade, o que era bastante engraçado. Ultimamente ele tem utilizado duas expressões, de forma algo incorrecta, que eu acho uma delicia:

Quando se quer justificar com um "porque" ele diz "por acaso", tipo: "é por acaso que eu estou com fome".

Quando eu lhe pergunto "quem é que te disse isso" ele responde invariavelmente "além disse" e às vezes eu ainda insisto "mas quem?", ou que ele responde: "além! além disse."

E eu não corrijo, porque sei que vai passar depressa e um dia vou ter saudades.

A Mafalda

A Mafalda anda uma descarada. Só faz o que quer e só mexe onde não deve. Ora apanha migalhas do chão e foge de mim para não as tirar da boca, ora abre as caixas dos dvds, ora abre a torneira do bidé e molha-se, ora quer brincar com o piaçá... é uma canseira... E é óbvio que, agora que aprendeu a andar ela CORRE. E corre e cai e levanta-se e corre de novo.

Eu ralho com ela, ela ri-se para mim. Estica o pescoço tal tartaruga e mostra-me o seu melhor sorriso. Outras vezes "atira" a cabeça para trás e dá gargalhadas. Como é que eu posso resistir?

O banho voltou a ser a loucura que já tinha sido quando ela era mais pequena. Agora, mal entra na banheira só quer chapinhar. Molha-me toda, molha o irmão que se farta de rir, molha a casa de banho... às vezes escorrega, vai com a cara à água, eu agarro-a, ela ri! Lavo-lhe a cabeça com um regador e quando vai água para a cara, ela pára de respirar por um segundo e depois dá gargalhas, pede "má" e quer que eu faça mais ao irmão também (que não acha piada nenhuma a esta parte e fica a olhar muito sério para mim e para ela). Nunca quer sair do banho. "Vamos Mafalda?" "Nãa".

Grita. Grita muito. Grita "mãe", grinta "man", grita "dááááááá" quando o irmão tem algum brinquedo na mão, grita "ééééé" quando quer algum alimento especifico que está à sua frente ou água.

Canta (normalmente os parabéns com as mais variadas letras), dança, bate palmas e corre, corre, corre...

Enfim, um amor!