Hoje estou meio adoentada, doí-me as costas e a garganta. E, preparar duas crianças para irem para a escola neste estado não é nada fácil! O Francisco queria vestir-se sozinho mas não se mexia... fazia corpo mole e dizia que não conseguia tirar a camisola (mesmo sem tentar). A Mafalda chorava agarrada à minha perna para que a pegasse ao colo... E eu só me apetecia correr para o meu quarto, fechar a porta à chave e esconder-me debaixo do edredon!!! Ai, como me apetecia...
Mas tive que puxar forças de dentro de mim, respirar fundo e tratar de uma coisa de cada vez, entre gritos e choros que fingi não ouvir.
Ficaram os dois a chorar nas escolas. Primeiro o Francisco, depois a Mafalda. E eu fiquei a pensar que talvez o meu estado de espírito os tenha influenciado... desculpem! Desta vez está fora dos meus poderes... amanhã espero acordar melhor!
segunda-feira, 30 de abril de 2012
beijinho monstro
O Francisco já estava a dormir e fui dar-lhe um beijinho. Ele abre os olhos, levanta a cabeça e pergunta:
- Foste tu mãe?
- Sim!
- Ah... pensava que era o monstro.
- Foste tu mãe?
- Sim!
- Ah... pensava que era o monstro.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
dá no panda!
A Mafalda tem na mão dois bonecos astronautas de um brinquedo do Francisco.
Francisco - estes bonecos dão na televisão.
Eu - dão? nunca vi!
Francisco - já vi tantas vezes...
Mafalda - dájk mare fulahs sgdi gutaer guit pana...
Francisco - viste! ela disse que dá no canal panda!
Francisco - estes bonecos dão na televisão.
Eu - dão? nunca vi!
Francisco - já vi tantas vezes...
Mafalda - dájk mare fulahs sgdi gutaer guit pana...
Francisco - viste! ela disse que dá no canal panda!
quinta-feira, 26 de abril de 2012
formiga cantora
Já na cama:
- Mãe conta uma história!
- Hum... está bem. Mas só uma! Qual é que queres? Pode ser a da cigarra e da formiga?
- Não essa não. conta de outra formiga.
- Outra formiga? ... deixa-me pensar:
"Era uma vez uma formiga que não gostava nada de trabalhar a carregar migalhas com o carreiro. Todas as formigas fartavam-se de trabalhar, sempre de um lado para o outro, mas esta formiga só queria cantar e tocar guitarra. É que ela gostava mesmo de cantar e lá ficava, encostada a uma pedra, sempre a criar novas melodias.
As outras formigas já estavam fartas. Afinal, não era justo! Enquanto todas passavam o dia a trabalhar, a formiga cantora (como lhe chamavam) não levantava uma única migalha! Por isso, resolverem ir falar com a formiga rainha e dizer que as coisas não podiam continuar assim.
- Não pode ser - diziam elas - enquanto nós nos fartamos de trabalhar, a formiga cantora passa o dia a cantar. Não há direito. Ela também tem que contribuir com alguma comida!
A formiga rainha mandou chamar a formiga cantora e disse-lhe:
- As tuas companheiras estão muito chateadas. Dizem que tu não trabalhas e assim não pode ser, formiga cantora. Se queres continuar connosco tens que acartar migalhas como o resto do carreiro. Está decidido!
- Nesse caso vou-me embora... - disse a formiga cantora - Eu nasci para cantar. É isso que eu gosto de fazer... vou procurar outro sitio onde possa ser feliz.
E lá foi, a formiga cantora com a sua guitarra às costas.
No dia seguinte as formigas estavam todas atarefadas de um lado para o outro a acartar folhas e pequenos pedaços de comida. Mas havia qualquer coisa que não estava bem... faltava qualquer coisa... estavam todas mais tristes. O dia demorava mais a passar e parecia mais cinzento... também faltavam sorrisos.
- Mas o que é que se passa hoje connosco? - perguntou uma formiga.
- Acho que sei o que é... - disse o formiguito, que era um formigo pequeno - Falta musica para nos animar! Falta a formiga cantora!
As formigas ficaram todas muito espantadas. O formiguito tinha razão. Afinal a formiga cantora fazia muita falta. Mas onde é que ela estava? Foram a correr ter com a formiga rainha para perguntar por ela, mas já era tarde. A formiga cantora tinha desaparecido. A formiga rainha ficou um pouco chateada.
- Vocês disseram que não a queriam a cantar e agora querem-na de volta? Agora não há nada a fazer, deviam ter pensado nisso antes.
- Formiga rainha - disse o formiguito - eu tenho uma ideia. Eu adoro aventuras e posso ir à procura da formiga cantora. Ela não teve tempo para ir muito longe.
Todas as formigas concordaram com a ideia do formiguito. Prepararam-lhe uma mochila e lá foi ele... à aventura! Andou, andou, andou, andou e, de repente, no meio da floresta, encontrou um caracol.
- Olá amigo caracol, por acaso viste uma formiga com uma guitarra?
- Olá formiguito. Sim, vi essa formiga. Ontem cantou-me uma bela melodia para adormecer, mas depois foi-se embora. Acho que foi por ali!
- Obrigado caracol.
O formiguito continuou a andar e encontrou um gafanhoto.
- Olá gafanhoto! Tu viste uma formiga cantora?
- Ó se vi... e canta tão bem! Hoje de manhã cantou-me uma linda canção, mas depois foi-se embora, por ali.
- Obrigado gafanhoto, até à próxima!
E lá continuou o formiguito à procura da sua amiga. Andou mais um pouco e encontrou uma cigarra, também ela com uma guitarra.
- Cigarra, tu viste a minha amiga formiga cantora?
- Sim, por acaso vi, vamos dar um concerto juntas um dia destes!
- A sério? E onde é que ela está?
- Foi ali ao rio beber água e volta já.
O formiguito olhou para o rio e viu a sua amiga a aproximar-se.
- Formiga cantora, formiga cantora, sou eu o formiguito!
- Olá formiguito, o que fazes aqui? também vieste embora?
- Não, formiga cantora, vim à tua procura.
- Podes esquecer! Eu já disse à formiga rainha que não vou voltar. O meu destino é cantar. E até já tenho uma companheira, a cigarra.
- Pois, eu sei - disse o formiguito - por isso é que te vim buscar. As formigas têm saudades das tuas cantigas, estão todas muito tristes, porque lhes falta a tua música.
- A sério? Elas querem que eu cante?
- A sério! E a formiga rainha também!
- Mas eu agora tenho uma nova amiga... vamos dar um concerto um dia!
- Ora, a cigarra pode vir também e podem dar o concerto para todas as formigas.
- Queres vir cigarra? - perguntou a formiga cantora.
- Tocar para formigas? Sem elas dizerem que devia estar a trabalhar? Se quero!
E lá foram os três. Quando chegaram, a formiga e a cigarra deram um grande concerto e as formigas trabalharam muito mais animadas.
E passou a ser sempre assim. Enquanto a maioria das formigas carregava comida, a formiga cantora e a cigarra cantavam e tocavam para as animar. E, de vez em quanto, o formiguito escapava para uma nova aventura.
- Mãe conta uma história!
- Hum... está bem. Mas só uma! Qual é que queres? Pode ser a da cigarra e da formiga?
- Não essa não. conta de outra formiga.
- Outra formiga? ... deixa-me pensar:
"Era uma vez uma formiga que não gostava nada de trabalhar a carregar migalhas com o carreiro. Todas as formigas fartavam-se de trabalhar, sempre de um lado para o outro, mas esta formiga só queria cantar e tocar guitarra. É que ela gostava mesmo de cantar e lá ficava, encostada a uma pedra, sempre a criar novas melodias.
As outras formigas já estavam fartas. Afinal, não era justo! Enquanto todas passavam o dia a trabalhar, a formiga cantora (como lhe chamavam) não levantava uma única migalha! Por isso, resolverem ir falar com a formiga rainha e dizer que as coisas não podiam continuar assim.
- Não pode ser - diziam elas - enquanto nós nos fartamos de trabalhar, a formiga cantora passa o dia a cantar. Não há direito. Ela também tem que contribuir com alguma comida!
A formiga rainha mandou chamar a formiga cantora e disse-lhe:
- As tuas companheiras estão muito chateadas. Dizem que tu não trabalhas e assim não pode ser, formiga cantora. Se queres continuar connosco tens que acartar migalhas como o resto do carreiro. Está decidido!
- Nesse caso vou-me embora... - disse a formiga cantora - Eu nasci para cantar. É isso que eu gosto de fazer... vou procurar outro sitio onde possa ser feliz.
E lá foi, a formiga cantora com a sua guitarra às costas.
No dia seguinte as formigas estavam todas atarefadas de um lado para o outro a acartar folhas e pequenos pedaços de comida. Mas havia qualquer coisa que não estava bem... faltava qualquer coisa... estavam todas mais tristes. O dia demorava mais a passar e parecia mais cinzento... também faltavam sorrisos.
- Mas o que é que se passa hoje connosco? - perguntou uma formiga.
- Acho que sei o que é... - disse o formiguito, que era um formigo pequeno - Falta musica para nos animar! Falta a formiga cantora!
As formigas ficaram todas muito espantadas. O formiguito tinha razão. Afinal a formiga cantora fazia muita falta. Mas onde é que ela estava? Foram a correr ter com a formiga rainha para perguntar por ela, mas já era tarde. A formiga cantora tinha desaparecido. A formiga rainha ficou um pouco chateada.
- Vocês disseram que não a queriam a cantar e agora querem-na de volta? Agora não há nada a fazer, deviam ter pensado nisso antes.
- Formiga rainha - disse o formiguito - eu tenho uma ideia. Eu adoro aventuras e posso ir à procura da formiga cantora. Ela não teve tempo para ir muito longe.
Todas as formigas concordaram com a ideia do formiguito. Prepararam-lhe uma mochila e lá foi ele... à aventura! Andou, andou, andou, andou e, de repente, no meio da floresta, encontrou um caracol.
- Olá amigo caracol, por acaso viste uma formiga com uma guitarra?
- Olá formiguito. Sim, vi essa formiga. Ontem cantou-me uma bela melodia para adormecer, mas depois foi-se embora. Acho que foi por ali!
- Obrigado caracol.
O formiguito continuou a andar e encontrou um gafanhoto.
- Olá gafanhoto! Tu viste uma formiga cantora?
- Ó se vi... e canta tão bem! Hoje de manhã cantou-me uma linda canção, mas depois foi-se embora, por ali.
- Obrigado gafanhoto, até à próxima!
E lá continuou o formiguito à procura da sua amiga. Andou mais um pouco e encontrou uma cigarra, também ela com uma guitarra.
- Cigarra, tu viste a minha amiga formiga cantora?
- Sim, por acaso vi, vamos dar um concerto juntas um dia destes!
- A sério? E onde é que ela está?
- Foi ali ao rio beber água e volta já.
O formiguito olhou para o rio e viu a sua amiga a aproximar-se.
- Formiga cantora, formiga cantora, sou eu o formiguito!
- Olá formiguito, o que fazes aqui? também vieste embora?
- Não, formiga cantora, vim à tua procura.
- Podes esquecer! Eu já disse à formiga rainha que não vou voltar. O meu destino é cantar. E até já tenho uma companheira, a cigarra.
- Pois, eu sei - disse o formiguito - por isso é que te vim buscar. As formigas têm saudades das tuas cantigas, estão todas muito tristes, porque lhes falta a tua música.
- A sério? Elas querem que eu cante?
- A sério! E a formiga rainha também!
- Mas eu agora tenho uma nova amiga... vamos dar um concerto um dia!
- Ora, a cigarra pode vir também e podem dar o concerto para todas as formigas.
- Queres vir cigarra? - perguntou a formiga cantora.
- Tocar para formigas? Sem elas dizerem que devia estar a trabalhar? Se quero!
E lá foram os três. Quando chegaram, a formiga e a cigarra deram um grande concerto e as formigas trabalharam muito mais animadas.
E passou a ser sempre assim. Enquanto a maioria das formigas carregava comida, a formiga cantora e a cigarra cantavam e tocavam para as animar. E, de vez em quanto, o formiguito escapava para uma nova aventura.
terça-feira, 24 de abril de 2012
pirata?
A ideia era brincar aos piratas. Já tínhamos a cama da mãe e do pai a fazer de barco, tínhamos as fitas na cabeça, a voz grossa e o mapa que assinalava vários tesouros, tínhamos um chefe/capitão Francisco que por ser chefe se recusava a remar e a fazer a comida (afinal ele estava lá para mandar) e uma pirata que tinha que remar sozinha (quem seria...), tínhamos um tesouro cheio de jóias e pedras preciosas e tínhamos também uma pirata bebé... que afinal não queria nada saber de remar ou procurar tesouros... o que ela queria mesmo era usar todas as jóias encontradas!
segunda-feira, 23 de abril de 2012
sementeira
No domingo estivemos a construir uma cidade no Espaço Macaau. Ora, de tantas coisas que há numa cidade, como prédios, carros, estradas, hospitais, etc... a primeira coisa que veio à cabeça do meu filho para colocar na dita foi "sementes". Ok... sementes serão... mais tarde será uma cidade muito mais verde!
sexta-feira, 20 de abril de 2012
fonte com mergulhos
Em frente à fonte do Colombo (que tem uns repuxos):
- Olha mãe, uma piscina que mergulha sozinha!
- Olha mãe, uma piscina que mergulha sozinha!
quinta-feira, 19 de abril de 2012
reutilizar
A Mafalda tem a mania/vicio/implicação/desafio da minha autoridade de ir aos cestos da reciclagem e dar o mais variado uso ao que lá está. Para quê reciclar se se pode reutilizar? Para decorar a cozinha, por exemplo... e as caixas de papel dão excelentes brinquedos!
quarta-feira, 18 de abril de 2012
"Boa Sorte"
Passou na rádio a música "boa sorte" de Vanessa da Mata com Ben Harper. Já não a ouvia há tanto tempo... Esta música estava também a passar na rádio, há mais de quatro anos, no bloco operatório no momento em que o Francisco estava a nascer. Sempre que a ouço faz-me recuar no tempo e reviver aquele momento entre nervos e tranquilidade e a certeza que tudo correria bem! Lembro-me do pai dele mo trazer para o ver melhor e do primeiro beijo que lhe dei. E sempre que me lembro vêm-me as lágrimas aos olhos...
Lembro-me também de duas horas de quase tortura, no pós-operatório, sozinha, já nem o meu filho tinha dentro de mim... estava pela primeira vez sozinha em 9 meses. E a fazer um esforço brutal para não adormecer, com medo de não voltar a acordar... e onde estava o meu filho? quantos minutos faltam? o tempo não passa?
Inevitavelmente comparo este momento com o do pós-operatório quando tive a Mafalda. Ela ficou sempre comigo... aquele ser pequeno, novo e doce, tão junto a mim que prolongámos o tempo de sermos uma só... com aquele barretezinho de hospital que o Francisco nomeou de "orelhinhas". E cheia de fome...
Continuando a voar nos pensamentos recordo o reencontro com o Francisco, com a Mafalda nos meus braços e as lágrimas a lutarem com uma força bruta para não chorar. O sentimento invadiu-me de repente e era tão grande que não cabia em mim... tinha que sair de alguma forma e escolheu a forma de lágrima...
Não penso ter mais filhos e não deverei ter mais experiências destas para comparar, mas as duas que tive dizem-me que não há nada melhor no mundo. Sinto-me cheia de sorte!
Lembro-me também de duas horas de quase tortura, no pós-operatório, sozinha, já nem o meu filho tinha dentro de mim... estava pela primeira vez sozinha em 9 meses. E a fazer um esforço brutal para não adormecer, com medo de não voltar a acordar... e onde estava o meu filho? quantos minutos faltam? o tempo não passa?
Inevitavelmente comparo este momento com o do pós-operatório quando tive a Mafalda. Ela ficou sempre comigo... aquele ser pequeno, novo e doce, tão junto a mim que prolongámos o tempo de sermos uma só... com aquele barretezinho de hospital que o Francisco nomeou de "orelhinhas". E cheia de fome...
Continuando a voar nos pensamentos recordo o reencontro com o Francisco, com a Mafalda nos meus braços e as lágrimas a lutarem com uma força bruta para não chorar. O sentimento invadiu-me de repente e era tão grande que não cabia em mim... tinha que sair de alguma forma e escolheu a forma de lágrima...
Não penso ter mais filhos e não deverei ter mais experiências destas para comparar, mas as duas que tive dizem-me que não há nada melhor no mundo. Sinto-me cheia de sorte!
terça-feira, 17 de abril de 2012
coisas importantes
O que o Francisco me disse hoje no carro:
"Nós temos três coisas. São três coisas que são duas e três e eu posso dizer quais são:
quando nós somos bebés temos um coração bebé; quando somos filhos e filhas temos coração de filhos e filhas; quando somos pais e mães e avós e avôs e tios e tias temos o coração muito grande. Percebeste?
E tenho ainda outra coisa importante para dizer: quando o bebé está a nascer o nosso coração está a nascer!
E outra coisa muito importante: As tesouras são muito importantes, mas é preciso cuidado para não cortar os dedos. Quem cortar os dedos vai para o hospital. E os pais e as mães não querem doentes...
E mais uma coisa muito importante: quem pisa brinquedos estraga tudo!"
"Nós temos três coisas. São três coisas que são duas e três e eu posso dizer quais são:
quando nós somos bebés temos um coração bebé; quando somos filhos e filhas temos coração de filhos e filhas; quando somos pais e mães e avós e avôs e tios e tias temos o coração muito grande. Percebeste?
E tenho ainda outra coisa importante para dizer: quando o bebé está a nascer o nosso coração está a nascer!
E outra coisa muito importante: As tesouras são muito importantes, mas é preciso cuidado para não cortar os dedos. Quem cortar os dedos vai para o hospital. E os pais e as mães não querem doentes...
E mais uma coisa muito importante: quem pisa brinquedos estraga tudo!"
veneno
Ontem, quando fui buscar o meu filho à escola ele não queria vir embora. É engraçado porque quando o deixo não quer ficar e quando o vou buscar não quer sair... faz-me lembrar quando eu era pequena que não queria ir para a cama à noite e de manhã não queria sair...
Ele estava com um grupo de amigos, sentados á volta de um tronco cortado, que fazia de mesa. Dei-lhe mais 5 minutos. Esperei, esperei, esperei... e depois ter passado já um bom bocado resolvi ir buscá-lo.
O meu filho estava com uma pedra grande na mão, para partir pedras mais pequenas, outro menino misturava terra com água, sementes e pedras numa forma de fazer figuras na areia, e os outros íam colocando mais coisas na mistura. Estavam todos muito concentrados.
Tivemos uma conversa mais ou menos assim:
Eu - O que é que vocês estão a fazer?
Menino com 6 anos - Estamos a fazer veneno, para matar pessoas.
Eu - mas porque é que querem matar pessoas?
Menino - é para as pessoas que não gostamos.
Eu - Mas tu conheces pessoas de quem não gostas? Eu cá gosto de toda a gente!
Menino - Olha... eu não gosto de quase ninguém...
Eu - Espero que gostes de mim que eu não quero beber isso!
Menino - É para os meninos da minha escola velha, que eles estavam sempre atrás de mim. Apertaram-me o pescoço e eu fiquei quase sem respirar. Agora vou dar-lhes do mesmo! paciência...
segunda-feira, 16 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
Quase a chegar
- mãe, estamos quase a chegar?
- não...
- já chegámos?
- não filho, ainda falta um bocadinho.
- então, já andámos um bocadinho, se ainda não chegámos estamos quase a chegar!
- ok. Visto por esse prisma, pode ser.
- estamos quase a chegar?
- ainda falta um bocadinho, mas sim...
- então estamos quase a chegar?
- ok! Sim.
- boa! Estamos quase a chegar!
- não...
- já chegámos?
- não filho, ainda falta um bocadinho.
- então, já andámos um bocadinho, se ainda não chegámos estamos quase a chegar!
- ok. Visto por esse prisma, pode ser.
- estamos quase a chegar?
- ainda falta um bocadinho, mas sim...
- então estamos quase a chegar?
- ok! Sim.
- boa! Estamos quase a chegar!
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Pão duro
Sabem aqueles cães que escondem os ossos, enterrados na terra, para mais tarde os saborearem? (se calhar não são "aqueles" cães, mas sim todos eles...). A Mafalda faz mais ou menos a mesma coisa com o pão... Não é que ela o esconda... Ela abandona-o nos lugares mais improváveis e depois volta a encontrá-lo mais tarde (às vezes dias mais tarde) duro e seco e volta a saborea-lo como se tivesse acabo de sair do forno. Depois fica chateada comigo quando lho tiro e digo que tem que ir para o lixo. grita zangada como se tivesse a tirar um doce a uma criança... O que na verdade é mais ou menos o que estou a fazer...
quinta-feira, 12 de abril de 2012
o arco-íris
O Francisco estava a fazer uma birra daquelas no carro... Estava zangado e triste porque queria ficar em casa dos avós e nós (os maus da fita, pelos vistos) não deixávamos. Ele não queria ir para casa e muito menos para a escola no dia seguinte e chorava alto e em bom som.
Respirei fundo. Estava cansada e sabia o que o faria acalmar, por isso ganhei forças, puxei pela imaginação e lá inventei mais uma história:
"Era uma vez uma joaninha que estava farta de ser vermelha e preta. Um dia, pegou numas latas de tintas e pintou cada uma das suas pintas de uma cor diferente: azul, rosa, lilás... "
(por esta altura ela já estava calado, concentrado na história. Eu é que não sabia bem como continuá-la...) "... muitas cores. Passou a ser chamada de Joaninha Pintarolas.
Um dia a Joaninha pintarolas andava a passear e encontrou um gafanhoto:
- Olá Joaninha, estás tão colorida, como fizeste isso?
- É fácil - respondeu a joaninha - pintei as minhas pintas com tintas. Tu também te podes pintar se quiseres!
- Gostava tanto. - disse o gafanhoto.
- Então, escolhe uma cor, que eu tenho aqui todas!"
(pedi ao Francisco para escolher a cor, que foi o vermelho.)
"E a joaninha ajudou o gafanhoto a pintar-se de vermelho. Andavam eles a brincar quando apareceu um grilo:
- Vocês estão tão coloridos! também gostava de ter cores diferentes, estou farto desde castanho esverdeado que tenho no corpo...
- também te podemos pintar - disse a joaninha.
- Escolhe uma cor - acrescentou o gafanhoto - é muito divertido.
- Eu quero vermelho e verde - disse o grilo/Francisco.
Então, a joaninha e o gafanho pintaram o grilo.
À medida que iam passeando iam aparecendo outros insectos e todos quiseram ser pintados. Escolheram muitas cores diferentes e a floresta estava muito animada e com muita alegria. Mas, quando eles se encontravam todos a voar, começou a chover... a tinta começou a cair dos insectos e fez um grande arco-íris.
Fim"
Esta técnica de inventar uma história é muito boa. Ele fica concentrado, para captar a nova história, eu pratico a imaginação e, mais importante, a birra acaba.
Respirei fundo. Estava cansada e sabia o que o faria acalmar, por isso ganhei forças, puxei pela imaginação e lá inventei mais uma história:
"Era uma vez uma joaninha que estava farta de ser vermelha e preta. Um dia, pegou numas latas de tintas e pintou cada uma das suas pintas de uma cor diferente: azul, rosa, lilás... "
(por esta altura ela já estava calado, concentrado na história. Eu é que não sabia bem como continuá-la...) "... muitas cores. Passou a ser chamada de Joaninha Pintarolas.
Um dia a Joaninha pintarolas andava a passear e encontrou um gafanhoto:
- Olá Joaninha, estás tão colorida, como fizeste isso?
- É fácil - respondeu a joaninha - pintei as minhas pintas com tintas. Tu também te podes pintar se quiseres!
- Gostava tanto. - disse o gafanhoto.
- Então, escolhe uma cor, que eu tenho aqui todas!"
(pedi ao Francisco para escolher a cor, que foi o vermelho.)
"E a joaninha ajudou o gafanhoto a pintar-se de vermelho. Andavam eles a brincar quando apareceu um grilo:
- Vocês estão tão coloridos! também gostava de ter cores diferentes, estou farto desde castanho esverdeado que tenho no corpo...
- também te podemos pintar - disse a joaninha.
- Escolhe uma cor - acrescentou o gafanhoto - é muito divertido.
- Eu quero vermelho e verde - disse o grilo/Francisco.
Então, a joaninha e o gafanho pintaram o grilo.
À medida que iam passeando iam aparecendo outros insectos e todos quiseram ser pintados. Escolheram muitas cores diferentes e a floresta estava muito animada e com muita alegria. Mas, quando eles se encontravam todos a voar, começou a chover... a tinta começou a cair dos insectos e fez um grande arco-íris.
Fim"
Esta técnica de inventar uma história é muito boa. Ele fica concentrado, para captar a nova história, eu pratico a imaginação e, mais importante, a birra acaba.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
ida ao dentista
O Francisco foi ontem pela segunda vez ao dentista. Se já me custa convencer-me a mim própria ir ao dentista temo que com o meu filho não seja melhor. Ele até estava contente por ir, saiu mais cedo da escola e tinha as playstations da sala de espera na mira. Entretanto chamaram-nos para colocar umas "toucas" de plástico nos sapatos e entrar. O Francisco entrou em estado mudo. Não disse uma única palavra enquanto esteve no gabinete. Quando lhe perguntaram o nome optou por não responder e quando lhe perguntaram a idade esticou 4 dedos da mão. Fixou o olhar na TV que estava no tecto a dar desenhos animados e fazendo várias caretas, lá deixou que lhe vissem e limpassem os dentes. Quando foi para meter o flúor e Dra pediu para lhe tirar umas fotografias, para prolongar o tempo "daquela coisa" na boca e depois ia-lhe dando indicações tipo "agora pisca o olho, agora faz fixe com a mão". As caretas dele eram de tal ordem que eu não consegui parar de ir ao tirar as fotos... Ainda pensei "Marta, comporta-te, tens que fazer o papel de mãe, isto é para o teu filho aguentar aquilo na boca!!!!" mas era mais forte que eu!
Quando saímos para o corredor, o Francisco sentou-se para tirar as "toucas" e desabafou para ele próprio "isto é uma porra...". Fiquei espantada: "o que é que disseste?" e ele encolheu os ombros meio malandro: "não sei! nada..."
Infelizmente tem uma cárie e tem que lá voltar mais cedo que o desejado. Que fique claro que esta cárie não foi provocada por falta de higiene oral, mas sim por ele ter os molares muitos juntos aos outros dentes, o que implica ter que usar fio dental. Ora, se já é uma luta só para lavar os dentes... vai ser bonito...
Quando saímos para o corredor, o Francisco sentou-se para tirar as "toucas" e desabafou para ele próprio "isto é uma porra...". Fiquei espantada: "o que é que disseste?" e ele encolheu os ombros meio malandro: "não sei! nada..."
Infelizmente tem uma cárie e tem que lá voltar mais cedo que o desejado. Que fique claro que esta cárie não foi provocada por falta de higiene oral, mas sim por ele ter os molares muitos juntos aos outros dentes, o que implica ter que usar fio dental. Ora, se já é uma luta só para lavar os dentes... vai ser bonito...
terça-feira, 10 de abril de 2012
as moedas?
O Francisco recebeu um carro/mealheiro para pintar. Todo entusiasmado perguntou-me por onde saiam as moedas. Eu mostrei-lhe que por baixo havia uma tampinha redonda de borracha que dava para tirar. Não satisfeito com a resposta, pediu-me para eu tirar a tampa. Tirei, ele olhou para dentro do mealheiro, sacudiu e perguntou-me meio incrédulo: "então? onde estão as moedas?"
Teve que se contentar com as pinturas...
segunda-feira, 9 de abril de 2012
tv off
E tudo funciona melhor quando a televisão está desligada! Há mais audição, mais concentração, mais velocidade. E não é só com as crianças, mas comigo também.
Mas que raio de vicio este, o da televisão! Quando a desligo, parece que desligo igualmente um pequeno ruído de fundo instalado na minha cabeça e tudo fica mais calmo...
As crianças brincam e ouvimo-nos uns aos outros.
No entanto, ela continua no centro da sala, tão apelativa...
Mas que raio de vicio este, o da televisão! Quando a desligo, parece que desligo igualmente um pequeno ruído de fundo instalado na minha cabeça e tudo fica mais calmo...
As crianças brincam e ouvimo-nos uns aos outros.
No entanto, ela continua no centro da sala, tão apelativa...
domingo, 8 de abril de 2012
Ovinhos da Páscoa
Hoje de manhã parecia Natal. O Francisco acordou, levantou-se, olhou para o chão e gritou " avó, avó, encontrei ovinos da Páscoa!"
Uma delicia.
Uma delicia.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
História do monstro das bolachas
Ontem meti a Mafalda na cama para dormir e sesta e deitei-me ao seu lado no chão. Em casa já não consigo convencer o Francisco a dormir durante a tarde... Ele entrou no quarto, foi buscar uma cadeira e resolveu contar uma história para adormecer a irmã. Concentrei-me para decorar a história, mas acabei por adormecer também... só me lembro que envolvia um monstro. Acordei com ele a levantar-se e a dizer "conto o resto à noite".
À noite, os três na cama do Francisco, pedi-lhe para continuar a história e foi isto que ele contou:
"o monstro das bolachas estava de cama no médico... na cama do médico... e ele deu-lhe muitas bolachas e o monstro comeu todas. Depois foi-se embora, mas ficou doente da barriga. Fez um exame à barriga e comeu bolachas até ao céu. Depois havia muito fumo, muito fumo, muito fumo, não se via nada e quando o fumo passou estava lá o Mecas (Elmo) e eles eram amigos. O monstro das bolachas disse ao Mecas que era boa ideia ele ir viver para casa dele e foram os dois para a mesma casa. E acabou."
À noite, os três na cama do Francisco, pedi-lhe para continuar a história e foi isto que ele contou:
"o monstro das bolachas estava de cama no médico... na cama do médico... e ele deu-lhe muitas bolachas e o monstro comeu todas. Depois foi-se embora, mas ficou doente da barriga. Fez um exame à barriga e comeu bolachas até ao céu. Depois havia muito fumo, muito fumo, muito fumo, não se via nada e quando o fumo passou estava lá o Mecas (Elmo) e eles eram amigos. O monstro das bolachas disse ao Mecas que era boa ideia ele ir viver para casa dele e foram os dois para a mesma casa. E acabou."
Lógica pequena
O Francisco atira uma almofada que voa até ao sofá.
Eu - Francisco não atires coisas.
Ele - desculpa. Foi sem querer!
Eu - não foi sem querer não.
Ele - foi de propósito?
Eu - sim. Sabias o que estavas a fazer.
Ele - aí não não. Não foi de propósito porque eu disse desculpa. Se eu disse desculpa é porque foi sem querer... quando é de propósito não se diz desculpa!
Eu - Francisco não atires coisas.
Ele - desculpa. Foi sem querer!
Eu - não foi sem querer não.
Ele - foi de propósito?
Eu - sim. Sabias o que estavas a fazer.
Ele - aí não não. Não foi de propósito porque eu disse desculpa. Se eu disse desculpa é porque foi sem querer... quando é de propósito não se diz desculpa!
Crescimento
Tal como me lembro acontecer com o Francisco, também a Mafalda tem dias que acorda mais crescida. Hoje de manhã ao olhar para ela percebi que tinha crescido durante a noite... está mais menina, menos bebé... está mais atenta... não sei explicar! Estão a deixar de existir bebés cá em casa... estão a dar lugar a dois meninos lindos que só apetece apertar! Mas acho que vou sentir saudades...
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Não era a brincar.
O Francisco prepara-se para fechar a porta do corredor e diz - Mafalda, vais ficar aí sozinha!
Seguro na porta e digo - não! Não quero essas brincadeiras.
Ao que ele responde - Mas não era a brincar...
Seguro na porta e digo - não! Não quero essas brincadeiras.
Ao que ele responde - Mas não era a brincar...
terça-feira, 3 de abril de 2012
Arrumações da Mafalda
Andar atrás da Mafalda a apanhar as coisas que ela vai espelhando pelas várias divisões da casa é como jogar xadrez contra o computador... Não tenho hipótese de ganhar!
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