quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

muito bem


Pega numa "bolinha" entre o indicador e o polegar, estica o braço para eu a ver bem e pergunta-me: "mãe, como chama?". Eu respondo: "bolinha!". E ele remata: "Muuitto bem!"

Vá lá, pelo menos passei na prova...

sábado, 21 de novembro de 2009

Crescimento


Ia começar este post com "parece que foi ontem..." mas mal pensei nesta frase senti-me velha. Ou antes, adulta. E eu nunca me vejo como adulta! E sou pouco saudosista. Aliás esta frase para mim nunca fez sentido, porque na verdade não parece que foi ontem. Até pode parecer que algo foi no mês ou na semana passada, mas ontem parece-me sempre um bocado exagerado.

A verdade é que o tempo passa mesmo depressa, principalmente quando se vive com um ser pequeno que aprende a cada minuto, que cresce a cada segundo, que está mais esperto e atento a cada palavra dita. Parece um comboio a alta velocidade e às vezes perdemos um pedaço da paisagem. Como é rápido. Hoje realmente ele está mais adulto que ontem. Está mais crescido, constroi melhor as frases. Tem uma conversa comigo! Uma conversa! Ainda ontem (ou há alguns meses) era um bebe que eu passeava no seu carrinho, agora anda a puxar a sua mini mala com rodinhas!

Quero deixá-lo crescer mas ao mesmo tempo quero agarrar a corda do papagaio e puxá-lo mais para mim. Quero cheirar, saborear e sentir todo este momento precioso que não se voltará a repetir. Mas sei que o tenho que deixar voar... e quero vê-lo voar. Só agora entendo como algo pode ser feliz e triste ao mesmo tempo. Uma tristeza feliz. Se bem que o feliz pesa muito mais que o triste. Talvez seja só uma felicidade melancólica (a palavra triste parece-me muito forte aqui!!!).

Hoje o meu filho estava mais crescido! Aqui fica a conversa que ele teve comigo esta manhã:

eu: Francisco , pára quieto para a mãe te vestir, não sejas tonto.
ele: Tonto não!
eu: ai não? sim, sim, o Francisco é tonto!
ele: não não! Mãe é tonto!
eu: a Mãe? Não não
ele: sim sim! (gargalhadas)
eu: não não. O Francisco é que é tonto!
ele: não! a Mãe é tonto! (gargalhadas)
eu: naaaooooo!
ele: (gargalhadas) sim sim
eu: já sei. O pai é tonto
ele: (gargalhadas) o pai é tonto!!!

e pronto chagámos a um acordo! a Isto se chama negociar!

Festa das Lanternas



Sexta feira 13 foi dia de festa das lanternas no novo infantário do Francisco e lá andava ele de lanterna na mão, desenhada por ele, caminho fora atrás dos outros meninos e adultos. Cantou, queria que eu cantasse e acho que ficou contente por ter a família no "seu" infantário. Mas não há duvida que a parte que ele gostou mais foi quando chegou a hora de comer as castanhas.


Aqui fica o significado da história das lanternas apresentada na festa num pequeno teatro representado pelos meninos mais velhos da escola:


A Menina da Lanterna é uma história de origem Europeia que se comemora no dia de S. Martinho. Trata-se de uma história que marca uma celebração anual que nos prepara para a chegada do Inverno. É uma história de Outono. O tempo começa a ficar mais frio e a noite chega mais cedo, o que motiva o recolhimento e a interiorização. Quando a menina da lanterna tem a lanterna apagada e começa à procura da luz, enceta um caminho de auto conhecimento (de busca interior). No princípio do caminho, encontra os animais que representam os nossos instintos mais básicos. É a partir do aparecimento da Estrela que começa o seu verdadeiro desenvolvimento interior. O menino da lã tece o fio do "pensamento", o sapateiro representa a força e a acção que nos mantêm os pés assentes na terra e o menino da bola simboliza os nossos sentimentos. Estão aqui as três partes que formam o ser humano: "o pensar ", "o querer" e "o sentir". São estes elementos que, como a história revela, necessitam de ser trabalhados, dominados, transformados e renovados. O fogo, também aqui predominante, é o elemento da natureza que representa a transformação e a purificação.
Através desta vivência, acreditamos estar a semear nas nossas crianças sentimentos de coragem e confiança mesmo quando o caminho se revela muito longo. Se pensarmos com luz, a nossa vida brilhará, e se não desistirmos, poderemos sempre renovar a nossa luz interior e com ela iluminar os que nos rodeiam.
A história do S. Martinho, por sua vez, permite passar às nossas crianças valores humanos tão fundamentais quanto a partilha, a generosidade,a coragem e a abertura ao outro

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"ah! Bolas!"


A nova expressão do meu filho é "bolas!"

Cai qualquer coisa no chão: "oh. Bolas!"

Entorna água: "bolas!"

Caí: "Bolas!"

Bate com a cabeça: "bolas"

Está a chutar a bola (verdadeira) ao pai, faz xixi pelas pernas a baixo porque está sem fralda, fica a olhar para o xixi e para a bola molhada e exclama muito admirado: "ah! Bolas!"

terça-feira, 20 de outubro de 2009

dois anos


E já tens dois anos meu amor! O tempo passou mesmo a correr. Já dizes praticamente tudo, (nem que seja para nos imitar), dormes numa cama sem grade e não cais (só na primeira noite, 3 vezes), mudaste de infantário e agora tens andado a passear pelo bosque, dás beijinhos (e às vezes dentadas), desafias e fazes sorrisos malandros, comes e bebes sozinho (às vezes até ficas zangado se te tento ajudar e mandas-me comer a minha comida), sabes bem o que queres e o que não queres, gostas de jogar à bola, sentas os bonecos no sofá e explicas-lhes o que está a dar na televisão, lavas os dentes (mas engoles sempre a água no final), escondes as mãos para eu as procurar ("a mão? ode tá?"), continuas lindo e com um sorriso que me derrete... mas... também continuas sem fazer cóco nem xixi na sanita!


Neste momento estás em casa com uma otite, mas nem isso te desanima! Continuas alegre, a comer bem e estás à aproveitar para meter o Canal Panda em dia!

Adoro-te

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

os números


Estou sentada no chão da sala, encostada ao sofá. O meu filho está em pé à minha frente. Abre a mão, vira a sua palma para mim com o braço esticado e diz: "mãe, péra. fasdm bara bifoti... " ou algo parecido, mas que eu concluo que quer dizer "mãe, espera, vou ali e já venho".

Lá vai ele pelo corredor fora. Passado uns segundos regressa.

Eu: "então filho, foste ao quarto?"

Ele: "cinco, seis, seta, oita, novi, dez!!!!!"


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

coração de gelo


É assim que eu sinto o meu coração, cada vez que tenho que ir contra a vontade do meu filho e o faço chorar. Ou é porque não quer ir para a cama e quando o coloco lá fica em pé a chorar baba e ranho, ou porque quer sair da banheira porque foi-lhe água para os olhos ou porque o chuveiro está simplesmente ligado, ou porque quer brincar com uma coisa que não pode... enfim... É por isso que dizem que o papel dos pais é serem pais e não os melhores amigos! E eu sou firme quando lhe digo que não... mas se ele soubesse como me sinto por dentro...

O que vale é que as birras dele são pequenas, umas cócegas na barriga e a lamuria dá lugar ao sorriso.


Estava com algum receio do dia de hoje e fui arrefecendo o meu coração para se tornar gelo quando o deixasse na escola. Já tinha ficado lá uma manhã na semana passada, mas... depois de tanto tempo de férias, não sabia qual ia ser a reacção dele. No entanto, foi como se não tivessem havido férias pelo meio: chegou lá, tocou à campainha e toca a entrar. Nem olhou para trás para me dizer adeus! E eu senti o gosto agridoce de o deixar bem, com o meu coração quente.