Há vezes que me apetece gritar... principalmente quando o meu filho faz peso morto no meio da rua... quando não pára quieto para eu o vestir... quando se lembra que quer pintar e já estamos atrasados para sair de casa... pois deveria mesmo gritar... gritar de alegria!
Bastou-me observar durante uns momentos uma avó de um rapaz com os seus 20 anos, tetraplégico, a calma com que ela lhe dava a comida e a bebida na boca. O amor também, mas sobretudo a calma... provavelmente uma vida de dedicação... O meu coração ficou pequenino pequenino... mesmo pequenino. E ali, naquele momento, prometi a mim mesma não me queixar mais.
1 comentário:
tenho essa sensação quando me sento em frente à psicóloga de 15 em 15 dias, no sofá castanho meio desajeitado ao final da tarde. não me devia queixar. devia sorrir como se não houvesse amanhã, e gritar de alegria de 5 em 5 minutos com toda a força dos meus pulmões... mas não funcina assim o mundo real. não há mal queixar-nos das nossas coisas e dos nossos mundos que às vezes nos parecem injustos, mas há que parar de vez enquando e saber relativizar (palavra que tento interiorizar constantemente). grita de alegria sempre que quiseres, mas também fazem falta algumas zangas, mesmo que possam não fazer sentido. faz parte da educação. aquele beijo
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