segunda-feira, 22 de novembro de 2010

tenho sorte

Às vezes dou por mim a dar leite à Mafalda e agradecer ao universo por ter dois filhos perfeitos. Várias pessoas me disseram que eu tinha muita sorte em ter uma menina e um menino, mas eu sei que tenho muito mais sorte que isso. Que na verdade isso pouco importa...
Tenho a sorte de os coraçõezinhos deles baterem a bom ritmo, dos pulmões trabalharem na perfeição, de me olharem com aqueles olhos curiosos, de um correr e saltar sempre que pode e de outra comer bem sempre que lhe damos leite.
Tenho sorte de ter amor na minha vida, de ser amada por várias pessoas e de amar incondicional mente. De conhecer os seus cheiros, sorrisos e lágrimas. De ter tido o privilégio de viver com eles.
Tenho sorte por ser saudável e poder dar alegrias a quem me rodeia, como também tenho a sorte de as poder receber.

Desde que a Mafalda nasceu que o Francisco me parece maior. Talvez por agora ter uma pequenina em casa as escalas e proporções alteraram um pouco. Parece que perdi uma parte do seu crescimento, quando na verdade estive sempre presente. Passou realmente depressa, como toda a gente diz. Mas passou de forma preenchida e por isso também tenho muita sorte.

Tenho sorte por, quando penso bem, não ter realmente grandes problemas e considerar-me suficientemente inteligente para os ultrapassar quando estes surgirem.
Tenho sorte por ter dinheiro que não sobra mas que, de uma forma ou de outra, parece chegar sempre.
Tenho sorte por ter um companheiro inigualável que amo tanto!
Tenho sorte por ser feliz.
Realmente tenho muita sorte! Só tenho mesmo que agradecer ao universo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

coração maior



"a mãe tem a barrirra muito gaaaanndeeeeee, muito gande. Quando a mana nascer a barrirra fica pequenina, pequenina pequenina."

E eu fazia figas para que realmente assim fosse!

O que eu não podia imaginar é que enquanto a barriga perdia tamanho, o coração ganhava. O meu coração cresceu para te receber Mafalda. Não há amor dividido, há simplesmente mais amor. Realmente o meu coração cresceu... bastante!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

a história do coelhinho


Já passaram 3 anos...
a uma velocidade alucinante...
E vem uma mana a caminho...
mesmo quase a chegar.

A vida é mesmo uma viagem engraçada!

No outro dia inventei uma história para o Francisco adormecer e agora todos os dias quando vai para a cama pede: "conta a história do coelhinho mãe!" Há partes que ele levanta a cabeça para me dizer ao ouvido o que vem a seguir. E quando está mesmo a chegar ao final fecha os olhos e mete um braço por cima do meu pescoço para garantir que eu fico ali com ele até adormecer. (com esta barriga já não é fácil).


A história é assim:

"Era uma vez um coelhinho que encontrou uma graaanndeee cenoura. Mas, quando se preparava para a comer, apareceu uma tartaruga.
- Olá coelhinho
- Olá tartaruga
- Que grande cenoura que tu tens aí... - disse a tartaruga - e eu tenho tanta fome. Dás-me um bocadinho?
E o coelhinho olhou para a cenoura, olhou para a tartaruga e disse: - está bem.
E deu um bocado da cenoura à tartaruga.
A tartaruga ficou toda contente e foi-se embora: - Adeus coelhinho!
- Adeus tartaruga!

Quando o coelhinho se preparava para comer a sua parte da cenoura, apareceu um esquilo.
- Olá coelhinho.
- Olá esquilo.
- Dás-me um bocadinho da tua cenoura? - perguntou o esquilo.
- Mas eu já dei um bocadinho à tartaruga e ela agora está mais pequena. - disse o coelhinho.
- Mas eu tenho tanta fome.... e ainda dá para os dois - respondeu o esquilo.
- Está bem!
E o coelhinho deu um bocado da cenoura ao esquilo que se foi embora todo contente: - Adeus coelhinho!

Quando o coelhinho se preparava para comer o resto da cenoura, apareceu um macaco.
- Olá coelhinho, dás-me um bocadinho da tua cenoura?
- Mas já dei à tartaruga e ao esquilo e ela agora está mesmo pequena.
- Mas eu tenho tanta fome, ainda hoje não comi nada - respondeu o macaco.
- Está bem.... - disse o coelhinho - e deu ao macaco um bocado da cenoura.

Quando o macaco se foi embora o coelhinho comeu logo a sua parte da cenoura, não fosse aparecer mais alguém! Mas como já estava tão pequenina, ele continuou cheio de fome! Resolveu ir andar no bosque para procurar mais comida.

Começou a andar, a andar e encontrou o macaco em cima de uma árvore.
- O que fazes aí macaco?- perguntou o coelhinho.
- Olá coelhinho, encontrei um cacho de bananas, tu queres uma?
- Mas eu nunca comi banana.... não sei se vou gostar!
- Prova uma coelhinho, é mesmo deliciosa!
O coelhinho comeu a banana que o macaco lhe deu e disse:
- Hum.... é mesmo boa esta banana... obrigado coelhinho, e adeus...

Continuou a andar, a andar e encontrou o esquilo em cima de outra árvore.
- O que estás a fazer esquilo? - perguntou o coelhinho?
- Estou a guardar bolotas para o inverno. Tu queres uma coelhinho?
- Mas eu nunca provei bolotas!
- Nunca? São mesmo boas, toma uma para provares - e deu uma bolota ao coelhinho.
O coelhinho provou a bolota e disse:
- É mesmo boa esquilo. Obrigado.

O coelhinho continuou a andar e mais à frente encontrou a tartaruga perto de um lago.
- Olá tartaruga, o que estás a fazer?
- Estou a comer ervinhas (pois... não sei bem o que comem as tartarugas), porque não comes um bocadinho também?
- Ervinhas? - disse o coelhinho - nunca provei ervinhas... será que são boas?
- Prova coelhinho! são mesmo boas! - disse a tartaruga.
E o coelhinho comeu ervinhas com a tartaruga: - pois são! são mesmo boas! Obrigado tartaruga.

Depois de comer tanto o coelhinho já estava mesmo cheio e a precisar de dormir um bocadinho. Começou a cavar a cavar e fez uma toca. Dentro da toca fez uma caminha... e foi dormir! Fim!"

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

gozo ou inocência?

Hoje o meu filho tentou travar uma batalha comigo. Não queria vestir-se para sair. Fez uma grande birra, eu chateei-me com ele, mas claro.... acabei por vencer!
Depois de lhe calçar os sapatos ele pegou na minha cara entre as suas mãozinhas, deu-me festinhas e perguntou:

- O que tu tens mamã?
- A mãe está um bocadinho triste filho. Não podes fazer estas birras. Tens que fazer o que a mãe te pede!
- Estás triste?
- Sim... um bocadinho.
Desenha com os dedos uns riscos imaginários a saírem dos meus olhos e remata:
- Então chora...
...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

as tuas viagens


Apesar de ainda não teres 3 anos já fizeste algumas viagens...

Dentro da minha barriga foste à Grécia (e eu passei um calor... com 7 meses de gravidez em pleno Agosto...). Depois fomos a Madrid de carro. Mais tarde, com um ano e pouco viajámos até Barcelona. Passaste o final de ano de 2009 em Malta e este ano já foste passar um fim de semana a Paris.

Ontem chegámos de Roma (mais uma vez lá fui eu de 7 meses), onde nos fartámos de andar e comer (e tu portaste-te à altura, não fosses um bom garfo!).

Espero que estas sejam as primeiras de muitas viagens que faças na tua vida... e que vás sempre de olhos e mente aberta, para absorver o máximo do mundo!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

a Mafalda


A Mafalda já tem 2,313kg (bem sentidos pela mãe dela) e está sempre em festa! É um movimento aqui dentro que não pára!

E cá fora o ritmo de crescimento do irmão não é menor!
Devido a um fascínio incrível pelas letras, mete a mão na minha barriga e pergunta:

- Mãe tens aí a mana?
- Sim!
- Tens aí a Mafalda?
- Sim!
- E letras e números? tens aí?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

memórias


Francisco,
Um dia, se tudo correr pela ordem natural, eu serei velinha, vocês grandes e a minha relação convosco não será mais de abracinhos, beijinhos e colinho. E os cheiros não serão os mesmos. E as memórias serão selectivas. (Talvez por isso os avós sejam mais doces... para matar saudades.) Mas há coisas que eu não quero nunca esquecer... Ficam aqui algumas:

- O primeiro beijo que troquei com o vosso pai
- O almoço em que anunciei que estava gravida pela primeira vez.
- A primeira vez que te olhei nos olhos Francisco
- O ambiente de amor que estava naquele quarto de hospital do dia 10 de Outubro
- Quando o teu pai me agradeceu por eu lhe ter dado um filho tão bonito
- Como adormecias no meu peito quando eras bebé
- A tua gargalhada solta e espontânea (é a melhor sensação do mundo!!!!!!)
- A forma que encontrámos de seres tu a dizer ao pai que vinha aí mais um bebé
- A cumplicidade com que me olhas
- Os teus abraços e beijos doces
- A tua resposta fácil e espontânea
- Como acordas sempre com um sorriso

Enfim, acabo de perceber que poderei escrever mais cem coisas... mas as principais estão cá. Há outras memórias que guardo com muito carinho, mas estas são aquelas que também te pertencem. Outras virão contigo e com a Mafalda e eu estou contente por estarmos cá para vive-las...