segunda-feira, 14 de setembro de 2009

os números


Estou sentada no chão da sala, encostada ao sofá. O meu filho está em pé à minha frente. Abre a mão, vira a sua palma para mim com o braço esticado e diz: "mãe, péra. fasdm bara bifoti... " ou algo parecido, mas que eu concluo que quer dizer "mãe, espera, vou ali e já venho".

Lá vai ele pelo corredor fora. Passado uns segundos regressa.

Eu: "então filho, foste ao quarto?"

Ele: "cinco, seis, seta, oita, novi, dez!!!!!"


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

coração de gelo


É assim que eu sinto o meu coração, cada vez que tenho que ir contra a vontade do meu filho e o faço chorar. Ou é porque não quer ir para a cama e quando o coloco lá fica em pé a chorar baba e ranho, ou porque quer sair da banheira porque foi-lhe água para os olhos ou porque o chuveiro está simplesmente ligado, ou porque quer brincar com uma coisa que não pode... enfim... É por isso que dizem que o papel dos pais é serem pais e não os melhores amigos! E eu sou firme quando lhe digo que não... mas se ele soubesse como me sinto por dentro...

O que vale é que as birras dele são pequenas, umas cócegas na barriga e a lamuria dá lugar ao sorriso.


Estava com algum receio do dia de hoje e fui arrefecendo o meu coração para se tornar gelo quando o deixasse na escola. Já tinha ficado lá uma manhã na semana passada, mas... depois de tanto tempo de férias, não sabia qual ia ser a reacção dele. No entanto, foi como se não tivessem havido férias pelo meio: chegou lá, tocou à campainha e toca a entrar. Nem olhou para trás para me dizer adeus! E eu senti o gosto agridoce de o deixar bem, com o meu coração quente.